segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Museus de Grandes Novidades

                                                                                            Museus de Grandes Novidades de Lígia Dabul


                  A autora analisa a presença do público, cada vez mais crescente, nas exposições de artes plásticas. Partindo da década de 1970, quando começam a surgir os Centros Culturais ou Museus que abrangem diversas atividades, além da expositiva. Torna-se perceptível desde então - como o advento dos shoppings - que é uma tendência mundial agregar as atividades em um só local. Aumentando assim o fluxo de pessoas que circulam entre os vários ambientes oferecidos, sendo atraídas por eventos distintos e oriundas de diferentes classes sociais.
                 Dabul busca o significado desse aumento de afluxo baseando-se nos estudos de Michel De Certeau (entre outros) que concebe a recepção e recriação como um processo ativo de produção do significado. Partindo da ideia que para esse "novo" grupo social que passou a frequentar os espaços culturais, mesmo não tendo a "bagagem cultural" referenciada por Bordieu, há uma construção de novos sentidos para arte.
                Que a interação social que ocorre dentro da exposição em relação à obra e ao outro atinge uma importância sociológicae rompe a noção de meros espectadores, em um ato coletivo de redimensão dos significados.Por isto, a autora afirma que  ao observar a obra, o indivíduo não o faz de maneira isolada. Estar na exposição em contato com uma obra é um ato coletivo e, portanto,  um ato social. Suscitando que a "leitura" da obra do artista seja construída por várias experiências em comum. as pessoas conversam entre si, trocam signos e significados entre si durante a exposição. Podendo constituir-se numa diversão coletiva, o que se distancia do preconizados por aqueles que pensam, organizam, selecionam e montam as exposições. O quanto este distanciamento de propostas podem influenciar no sucesso de um evento?
Lígia Dabul propõe um repensar sobre os estudos de público, onde aquelas manifestações "inadequadas" como divertir-se, conversar, namorar podem  produzir insigths significativos sobre arte.

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